A representação historicamente conhecida da natureza, a paisagem, surgiu como gênero artístico no século XVII. Desde o primeiro momento, a pintura da paisagem caracterizou-se como uma retórica importante no mundo das artes, representando os elementos da natureza - árvores, plantas, rios e mares - como traduções da idéia de uma natureza universal.
Em A Natureza da Paisagem, primeiro dos quatro módulos que a curadora desenvolveu para a exposição, o espectador vai conhecer a forma como artistas contemporâneos falam da idéia de natureza em suas obras. Nesse módulo estão os artistas Karin Sigurardottir, Alzira Fragoso, Adriana Rocha, Albano Afonso, Leda Catunda, Claudia Jaguaribe, Tatiana Blass, Tadeu Jungle, Fabrício Lopes e Christophe Spoto. Um dos assuntos mais presentes no debate contemporâneo sobre ecologia e sustentabilidade também se reflete na arte. Águas e Umidades é o tema do segundo módulo da exposição, que apresenta a água não só como elemento chave na representação da natureza, mas também com sua forte carga simbólica relacionada à renovação da vida e a manifestação do inconsciente. Esse módulo apresenta obras de Sandra Cinto, Sonia Guggisberg, Célia Macedo, Brígida Baltar, Cao Guimarães, Marina Saleme, Ana Nitzan e Regina Saretta.
Deformações, destruições e crimes contra a natureza estão em Denúncia e Recontrução, terceiro módulo da mostra. Além de apontar as mazelas enfrentadas pela natureza, as obras de José Resende, Pazé, Vik Muniz, Shirley Paes Leme, Luiz Hermano, Debora Muszkat, Mariana Palma, Afonso Tostes, Marcelo Mochon, Renata Barros, Eduardo Srur, Nair Kremer, Regina Carmona, Fernando Piola e Tsuyoshi Ozawa apontam as potencialidades de redenção e reconstrução, revelando estratégias de reaproveitamento e recombinação, sutileza e afeto.