segunda-feira, 12 de maio de 2008

“Romeu e Julieta” cariocas

Aline Malafaia

Transportar um clássico da literatura internacional para o cenário das favelas cariocas não é uma proposta inédita. Em 1999 o cinema brasileiro viu isso acontecer em “Orfeu”, de Cacá Diegues. O livro “Romeu e Julieta”, de Shakespeare, por sua vez, já teve inúmeras releituras. A mais recente delas está no filme “Maré, nossa história de amor”, um musical de Lúcia Murat.

Nessa história, Montecchios e Capuletos são substituídos por facções rivais de traficantes na favela da Maré, uma das maiores do Rio de Janeiro, com uma população de aproximadamente 114 mil moradores, de acordo com o Censo . A favela atualmente é dividia em duas, e o tráfico de drogas não permite que os moradores de um dos lados mantenham contato com os do outro lado.

No meio da guerra do narcotráfico, Romeu e Julieta são transformados em Analídia (Cristina Lago) e Jhonata (Vinicius D’Black). Ela é filha de Bê, chefe do tráfico de um dos lados da favela, e ele, irmão de criação de Dudu (Babu Santana), que domina o outro lado. Os dois se vêem impedidos de viver sua história de amor, sob as penas que a lei do tráfico impõe.

Os dois se conhecem em na oficina de dança de uma ONG, que fica na área neutra da favela, e tem a direção de Fernanda, uma ex-bailarina engajada em projetos sociais, vivida por Marisa Orth.
Em meio aos conflitos entre os grupos e a polícia, o inusitado fica por conta das cenas em que os jovens cantam e dançam pelas ruelas da favela, com coreografias de Gabriela Figueroa, com colaboração de Sonia Destri. A trilha sonora é composta por músicas de Tim Maia, Marcelo Yuca, Falcão e trechos do clássico “Romeu e Julieta”, tema musical para um balé, de Sergei Prokofiev.


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